quinta-feira, janeiro 29

Se não morro hoje, morro amanhã, tão fácil quanto um, dois, três, mas os dias passam e hoje não morro e amanha também não; já é altura de meter os pés na terra! Pensar na vida cansa, mas pensar na morte abafa, é como ir as compras, mas não querer comprar nada, tanta morte por onde escolher, mas só uma forma de morrer. Ver a vida por um canudo, ou o fogo queimar tudo? Escolher tanta diversidade, ou morrer pela merda da idade? Tentar ser imortal, ou ter uma morte bestial? Já nem tento, já nem sei, mas o jornal diz que me enforquei, sempre tive tudo em vida, e escolhi o que viver, a morte não é excepção, vou ser eu que a vou fazer; corda grossa e nó especial tornaram o evento sensacional, subi para o banco da minha avozinha, mesmo no centro da cozinha, corda no tecto, olho no chão, qual é que será a sensação? Será que primeiro fico sem ar, ou a corda vai-me logo matar? Bem é só mandar o banco para trás e o grande espectáculo se faz!
Eu disse que não gostava e disse que não quis, o raio da corda queimou-me o nariz! Não queria viver, mas nem pensar em morrer, pelo menos assim não! Pensei num pretexto ideal, que não me deixasse ficar mal, não queria ser um cobarde no discurso do funeral; o padre a pregar, que esta pobre alma foi pelo mau caminho, ainda bem que o meu corpo vai ser cremadinho. Ai não chorem a minha perca, choro mais eu por agora estar uma eternidade sem ter que fazer. Não olho para vocês aí em baixo; para acções humanas cheias de burrice tenho uma vida toda para trás.



Aparte: Ironia a parte, o texto ficou engraçado, para quem esta habituado ao habitual... não estranhem :)

2 comentários:

Rita Pereira disse...

acho que ate podias fazer uma musica de hipo hop, sabes rimar , YO!

nao gosto do tema, xuxu!

Sofia disse...

Achei isto bestial. Li-o em prosa. E talvez, nas minhas futuras criacoes artisticas, te peca autorizacao para usar isto.