terça-feira, dezembro 2

Ilha

Num mundo em ruínas, onde a loucura dominou a mente dos inconscientes e inocentes mortais, um último Homem vive sozinho, na berma da sua ilha flutuante. O seu nome? Pouco interessa, pois sendo ele o único a poder pronunciar qualquer palavra no que outrora foi uma sociedade de biliões; almas singulares que formaram um todo chamado humanidade.
Ele ainda se lembra. Tudo começou quando uns tentaram ser maiores que outros, quanto mais subiram, mais no profundo caíram; o principio da destruição do Homem, o ser que com o poder das suas mãos fez tudo cair na escuridão, o mundo antigo como agora é conhecido sem ter ninguém para o conhecer. O único que restou foi este ser sem nome; tão engraçado como em minutos centenas de línguas passam a uma apenas, centenas de governantes deram mão dos seus impérios a um simples e mero mortal que outrora foi um em biliões, cujas faces escuras e vultos negros, passeavam por entre paredes de betão que hoje não passam de ruínas.
E continua hoje; rei do seu próprio mundo, na sua ilha flutuante que vagueia por entre as nuvens e acima dos mares, em busca de alguém que tenha o trágico destino de pensar que é o único ser de uma espécie que se consumiu a si própria.
E lá vai, rumo ao horizonte, onde o sol se põe mais uma vez. Será que após tantos anos em busca da solidão, o gosto da mesma é assim tão bom?

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