sábado, janeiro 24

Queimei toda a imagem de ti, com esperança de esquecer a forma bela do teu rosto, mas passados todos estes anos a chama cada vez mais revela o que eu quero apagar. Se o amor eterno existe, a tua eternidade já me consumiu a alma, somos um, sempre fomos, até mesmo antes de o sabermos.
Fomos destinados a isto, ser os olhos um do outro, a consciência comum, o bem e o mal de nós mesmos. Sou os teus olhos na vida e tu os meus na morte, sou a consciência da tua alma e tu a alma do meu ser, eu sempre fui o teu bem, tu tornaste-te o meu mal. Ser um único ser, feito por vida, desfeito por morte, consumido por azar, imundo de sorte. A grande esperança de nunca ser a desilusão, torna-se assim no grande sonho de poder sonhar para sempre, no grande sonho que é o negro vazio do teu lar, onde eu quero para sempre morar, a saudade eterna do sentimento efémero, tudo o que disse que se foi no ar, os escritos que quis apagar; saudade.
A vida são dois dias, tu foste à 4 anos; estou destinado a viver mais que uma vida só para sofrer com este peso, ou de facto não é tudo mais que o sono de um dia para outro? Amanhã vai ser o segundo dia, estou quase aí...

1 comentário:

Anónimo disse...

wow, grande texto :o
e concordo com o que escreveste, realmente existem coisas que nos aparecem na vida e mesmo depois de sairem dela, continuam a assombrar-nos o que parece para sempre :s
escreves mesmo muito bem :D continua