terça-feira, abril 28

Diário do fim - dia 1

É como se tudo estivesse a acabar, os rios secaram, o céu virou negro, a agua da chuva virou sangue de dor, as arvores perderam a cor, a vida começou a desaparecer. A alegria virou tristeza, as gargalhadas foram abafadas por choro intenso e cheio de desespero, o cantar intenso dos pássaros foi abafado pelos trovões para além ruínas da civilização, o sol abandonou-nos, o frio corta o nosso interior como agulhas geladas. A comida sabe a pó, a agua sabe a ar e por mais que tente não consigo respirar.
Não consigo saber se estou bem ou em extrema agonia, não dá para distinguir, dava a vida só por um segundo de ontem, antes de tudo ter mudado, antes de tudo se virar de pernas para o ar. E assim um Império que demorou tanto tempo a se erguer precisou de um estalar de dedos para se fazer esquecer.

1 comentário:

Alexandra disse...

Muito forte mesmo :x
Agora que o antigo império desmoronou, ganha forças e constroi um ainda melhor, com calma :) *